quarta-feira, 27 de junho de 2012

Três caricaturas

Em 2001 realizamos uma oficina de humor que incluía quadrinhos, tiras e caricatura. Os três trabalhos abaixo são dessa oficina. O primeiro é a caricatura do Caetano Veloso feito pelo Daniel de A. Blois, que tinha 14 anos na época. A seguir Ronaldinho, segundo Francesco Brugnera Teixeira, de 11 anos e por último a sátira sobre uma propaganda de televisão. Os três garotinhos representavam o DDD, no anúncio da Telefônica. O humor, na maioria das vezes, tem tempo de duração. Esse trabalho, por exemplo, perdeu a força em função do tempo, mas o desenho do Luis Akio Matuoka é bem legal. Ele tinha 13 anos quando desenhou e sempre foi muito talentoso.


















terça-feira, 26 de junho de 2012

O Humor no Garatuja

Nas oficinas do Garatuja as ações nessa área sempre aconteceram de forma esporádica. Em geral eram as próprias crianças, ou jovens, que enveredavam por esse caminho, e nesse caso, minha orientação era no sentido instrumentalizar esse interesse. Dependendo da idade, obviamente. No caso do aluno Davi Veronese quando percebi essa tendência, principalmente para a caricatura, busquei como gancho para motivá-lo um convite que havia recebido do Salãozinho de Humor de Piracicaba. Produzir para o Salãozinho foi a chance que tive de mostrar a ele a lógica da linguagem. A caricatura, embora com forte componente de fatores intuitivos, tem muito de racional em sua linguagem. Antes de sair desenhando é fundamental observar certas características do modelo como:  formato do rosto, elementos característicos, etc. Quanto mais se pensar no desenho antes de fazê-lo, melhor. Com isso aconteceu um fato bastante interessante e que merece ser relatado. No horário em que acontecem as aulas do Davi, com 15 anos, também está a Lia, com 11 anos. O Davi desde cedo demonstrou grande habilidade para o desenho, e passar para a caricatura foi bem tranqüilo, já a Lia, em geral, demonstrava  resistência em relação ao desenho inicial. Depois que fazia o desenho não tinha mais problema para concluí-lo, seja pintando, modelando, etc...mas o inicio era sempre suado. Todo processo vivenciado pelo Davi na descoberta da linguagem da caricatura, como aprender a analisar a figura humana, obter reverencias de outros artistas, etc, foi por tabela absorvida também pela Lia. Na impossibilidade do Davi participar mais uma vez do Salãozinho desse ano, em função da idade, passei a Lia essa função, e aí foi como destampar um tanque represado. Tive o prazer de presenciar, de maneira muito clara, aquele momento de virada, assim como observar alguém tentando aprender a andar de bicicleta. Primeiro cai, cai...cai, mas chega uma hora em que acha seu ponto de equilíbrio e passa a realmente andar de bicicleta. No caso da Lia, sua racionalidade excessiva (a Lia é muito inteligente) aliada a auto-crítica dificultava se soltar em relação a criação atistica. Eu sentia esse bloqueio, mas não achava forma de contorná-lo...e a saída aconteceu através da caricatura. Pela necessidade de se pensar primeiro antes de desenhar uma caricatura, fez com que a Lia partisse de algo no qual tinha mais controle. Sua racionalidade achou a linguagem certa para ser posta em prática e os resultados foram surpreendentes, inclusive para ela mesma, que passou a ganhar confiança no que produzia. Existe um traçado em seus trabalhos antes da caricatura e outro depois dessa descoberta. Se essa "evolução" vai continuar de forma ascendente eu não sei, mas pelo menos já possuo os instrumentos necessários para desenvolver seu potencial, seja através da caricatura, seja através de outra linguagem qualquer. Nesse exemplo fica claro o que pretendo com essa diversificação de linguagens que procuro fazer no Garatuja. Sou muitas vezes criticado por isso, mas não se trata de pretensão da minha parte em abraçar diversas linguagens, mas sim de utilizar-se delas no que de melhor cada uma oferece em beneficio do aluno. Como já foi dito aqui, o que faço é somente provocar o "start" inicial. Penso que educar seja "iniciar", revelar qualidades e apontar caminhos...o resto é com a vida de cada um.